Unidades de comandos indianos procuram suprimir, há mais de 24 horas, os grupos de militantes islamistas armados que desencadearam uma vaga de atentados em Bombaim. O balanço de vítimas dos atentados na capital financeira da Índia ascende a pelo menos 125 mortos e mais de 300 feridos.
Ao longo do dia, as tropas indianas destacadas para as operações em Bombaim percorreram os hotéis de luxo Taj Palace e Trident-Oberoi com o objectivo de pôr termo à tomada de dezenas de reféns ocidentais. As autoridades já deram como terminado o sequestro no Taj Palace, mas ainda há notícias de reféns estrangeiros no interior do Trident-Oberoi, onde se registou nova explosão. As unidades do exército indiano encontram-se no interior do hotel a combater os militantes islamistas, que mantêm reféns cidadãos israelitas, canadianos e 15 funcionários da Air France. Trinta e nove reféns foram entretanto resgatados e pelo menos seis funcionários do hotel foram executados. O Governo de Israel admite que entre 15 a 20 cidadãos israelitas estejam cativos dos militantes islamistas. Duas dezenas de homens armados com espingardas automáticas e granadas desencadearam na quarta-feira uma vaga de atentados em sete pontos da capital financeira da Índia, incluindo hotéis, restaurantes, monumentos e até um hospital. Disparos indiscriminados e explosões de granadas deixaram um rasto de morte nos locais atacados. No hotel Taj Mahal Palace estavam hospedados seis portugueses. A esses somam-se outros nove que se encontravam nas imediações dos locais atingidos pelos atentados. A Secretaria de Estado das Comunidades garante que estão todos em segurança. Primeiro-ministro indiano culpa agentes externos Os atentados foram reivindicados pelo grupo Deccan Mujahidin. Um militante que se encontrava no interior do hotel Trident-Oberoi exigiu ao telefone a libertação de “todos os mujahidin e que todos os muçulmanos a viver na Índia não sejam incomodados”. De mira apontada ao Paquistão, o chefe do Governo indiano atribuiu a autoria dos ataques coordenados a grupos com bases de retaguarda em países vizinhos. “É evidente que o grupo que perpetrou estes ataques, sediado fora do país, veio com a determinação de lançar o caos na capital comercial do país”, afirmou Manmohan Singh numa intervenção difundida pelas estações televisivas indianas. “Vamos adoptar medidas fortes para assegurar que não haja uma repetição de tais actos terroristas”, prometeu o primeiro-ministro. Em Nova Deli, a vaga de atentados está a ser encarada como um “acto de guerra”. A expensas da posição do Governo de Manmohan Singh, o Paquistão já veio condenar os atentados de Bombaim e comprometeu-se a cooperar com as autoridades do país vizinho. As forças de segurança indianas sustentam que os ataques comportam a marca de grupos paquistaneses como o Lashkar-e-Taiba e o Jaish-e-Mohammed. Ambos foram responsabilizados pelo atentado de 2001 contra o Parlamento da Índia e estão conotados como os serviços secretos paquistaneses (ISI). A agência noticiosa indiana PTI adianta que pelo menos três extremistas foram detidos no hotel Taj Mahal. Um dos detidos foi identificado como Ajmar Amir Kamal, um cidadão paquistanês natural de Faridkot.
Carlos Santos Neves, RTP2008-11-27 21:49:26
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